sexta-feira, 29 de março de 2013

(Ó eles aqui traveis...)

Bem-vindo ao mundo da internet, onde só é permitido amar ou odiar. Não dá pra simplesmente gostar ou não gostar. Ou estar nem aí pra isso. Cada manifestação é um discurso inflamado que contém muito mais ódio que amor. Até quando se ama alguma coisa, odeia-se os que não amam. Qualquer assunto - um livro, uma marca, um sabor de macarrão instantâneo - vira motivo de discurso.

O problema é quando o alvo do discurso são as pessoas. "Brasileiro deveria canalizar seus ódios contra a corrupção". Mas é claro. E contra a fome, a miséria, a injustiça... Odiar uma atitude, uma situação ou uma consequência é muito diferente de odiar quem a provocou. Muito mais difícil, é claro, porque se eu odeio uma pessoa posso responsabilizá-la por um monte de coisas, até pelo que não disse ou fez. A internet aceita tudo e os haters always gonna hate. Enquanto tem plateia tá tudo certo.

Você é a guerra que você luta. Se sua guerra que não vale a pena...

Age don't matter like race don't matter like place don't matter like what's inside.

Música da Semana: The War Inside (Switchfoot)

terça-feira, 26 de março de 2013



Nosso verbo ser é uma identidade, mas sem projeto
Beatriz surgiu meio que sem querer, numa série de contos, insistindo em voltar e mostrar um pouco mais de si. A "assessora de textos" que é personagem de Um Erro Emocional nos mostra em pequenos excertos um pouco mais de sua personalidade. Vemos Beatriz trabalhando, amando, pensando no seu passado e no seu futuro, tomando decisões, acrescentando informações essenciais sobre a sua identidade como se não fossem importantes.
... porque agora eu sei mais sobre Beatriz e Donetti do que sabia ao inventá-los.

Se altera as letras e esconde o nome faz anagrama
O primeiro conto é narrado sob a perspectiva de Paulo Donetti, antes Antonio, um escritor de pouco sucesso, um tanto quanto rancoroso pelo sucesso dos menos talentosos. A convite de um desses escritores, Donetti vai para Curitiba falar em uma mesa redonda horrível e, no jantar que segue conhece Beatriz, que outrora fora Alice. A história acaba sem dizer muita coisa, e é no dia seguinte que se inicia Um Erro Emocional, originalmente um conto. Conhecemos um pouco mais de Beatriz em Aula de Reforço, que narra um dia comum com os clientes mais malucos que a gente encontra por aí.
E que tal o meu filho, não é inteligente?

O diminutivo é que aperta o mundo e deixa miúdo
O toque especial fica por conta da profissão: aquela identificação quando o cliente acha que o preço da revisão é muito caro, ou os textos bizarros e pedidos estranhos que aparecem. Qualquer um cujo trabalho envolva um cliente/usuário tem uma coleção de histórias bizarras, e com Beatriz não é diferente. Nos contos seguintes ela se depara com mais um monte de gente maluca, mas primeiro voltamos ao Donetti em A Viagem, que ouve uma história machadiana no ônibus, a caminho de uma universidade do interior, a qual decide utilizar na palestra de logo mais. Depois, Beatriz ainda encontra dois clientes muito estranhos, que a colocam em situações inusitadas em Beatriz e a velha senhora e Um dia ruim. Pagando bem...
Uma mulher deve saber fazer seu caminho...

No entanto falta ter um sujeito pra ter afeto
O romance está presente, ou quase, em Amor e Conveniência e O Homem Tatuado. Depois de algumas experiências desastradas, Beatriz tem a oportunidade de experimentar a conveniência de um relacionamento estável, onde tudo é combinadinho. Benefícios para todas as partes. Boa companhia, boa vida, bom vinho. Às vezes o romance estraga as coisas, não? Mas é nos braços do homem tatuado que ela vive uma paixão fulminante e inesperada - o romance quente que toda mulher procura em algum momento da vida. São os únicos contos inéditos do livro.
... ao que Beatriz, gentil, respondeu com um beijo na boca dizendo em seguida, rindo: Mas não é melhor fazer do que escrever?


E o quê mais?
Não dá pra dizer como é Cristóvão Tezza. Veja bem, ele é um escritor de romances, e eu só li seus contos. Por outro lado, a auto-crítica à classe literária e a cara de pau exposta no prólogo dão um gostinho de alguém que vale a pena ser lido. Os contos tem uma escrita bem marcada, compassada, que demonstram bem o ritmo, o tom e a temperatura da história (nesse caso, mudando o tempo todo, conforme mudam as histórias).

A edição da Record combina com os outros livros do autor. (como eu amo edições combinadinhas! não canso de dizer isso!) O exemplar que eu li foi emprestado da biblioteca da UFPR, em muito bom estado. O livro é levinho (cento e quarenta e quatro páginas. Nem me lembrava da última vez que tinha pegado um livro tão pequeno), desses que dá para ler até andando. As páginas são de papel off-white 90g. O texto tem tipografia serifada, em tamanho confortável.

Beatriz foi lançado depois de Um Erro Emocional (2010), e, pelo que eu vi, quem já tinha lido o romance não gostou dos contos. Confesso que, quando tirei da prateleira, não tinha a menor noção do que estava levando para casa. Fiquei feliz em descobrir que inverti a ordem, porque assim talvez eu goste ainda mais do romance. Talvez seja como ver os extras do DVD antes do filme, mas isso não estraga tudo, né?

A música citada na resenha é Gramática, do grupo Palavra Cantada.

Comprei o meu (sim, comprei) na Nobel (a maiorzinha de Foz, cujo site só não é mais indecente que o da Editora Rocco), mas o livro está disponível também nas principais livrarias, como Travessa Cultura Saraiva e até no Submarino.

Beatriz (Cristóvão Tezza)

sexta-feira, 22 de março de 2013

1) Dividi minhas férias em três períodos: passeios, descanso e casa. Não me arrependo.

2) Ontem não fiz nada além de ler e dormir. Melhor que isso, só se estivesse torrando em alguma praia...

3) Primeiro voo com a Gol. Primeiro voo atrasado. Azul, eu te amo ;*

4) Trouxe os livros como bagagem de mão por causa do peso. Acho que vou precisar de mais...

5) Lugares para visitar onde não pode tirar foto: perde 60% da graça :( (Museu Imperial, Biblioteca Nacional)

6) Lugares para visitar onde tem que agendar a visita com antecedência: perde 90% da graça :( (ABL)

7) Viajar de São Gonçalo para Jacarepaguá com mala de 15kg + 4kg de queijo de Minas + 6kg de livros + quatro bolsas com coisas aleatórias equivale a uma semana de academia. Tenho certeza disso!

8) Tenho paciência infinita com crianças. Especialmente as inteligentes que gostam de livrinhos e quebra-cabeças.

9) Amo mimar a Maria Nina!

10) Quando comprar um presente pra alguém, não embrulhe e não diga que é presente. Você captará uma reação sincera que dirá se a pessoa merece/quer aquele presente.

11) Só comprei presentes de comer pra levar pra casa. Esses não dá pra deixar guardado, né?

12) To com saudade de cozinhar. Vou bater um bolo. Alguém quer?

Diário de Viagem #2

segunda-feira, 11 de março de 2013

1) Meu cabelo está lindo hoje e eu não tirei nenhuma foto. (Vamos começar com essa?)

2) Mais amor por favor em BH. Tirando a recepcionista super simpática e solícita do Museu de Artes e Ofícios e outros que ficam no meio termo (dá pra contar nos dedos), fui atendida por um monte de gente sem amor no coração. No supermercado, na farmácia, no Subway (a mulher montou meu sanduíche com o recheio pro lado de fora - muito <3 pela profissão, né?), no ônibus...

3) Não dá pra comprar "queijo" em Minas sem um curso de queijologia. Existe uma infinidade de queijos, sem contar os que não são mineiros. E o "queijo minas" que eu compro em Curitiba é "ricota" #chocada

4) Estou lendo Becky Bloom e não consigo rir. Mas gargalho no ônibus com minha timeline no twitter. Vocês são demais.

5) Também estou lendo Under a Maui Moon, o livro mais estranho que a Robin já escreveu - porque os livros dela são meio iguais e esse não parece nada com nenhum dos 18 (?) outros livros dela que eu já li.

6) Também estou lendo (é o último, sério) The Rescuer, da série O'Malley. A história no momento se passa em um período anterior ao do primeiro livro da série. Apesar de estar ansiosa pra saber o que aconteceu com o gracinha do Stephen depois do que aconteceu no livro anterior, a história em flashback está bem legal.

7) Oz é um filme MUITO engraçado. As melhores piadas são: a das bananas, o macaco mugindo e a erguidinha de pé da bruxa boa hahahahaha (Mas tem muito mais piadas. É um filme hilário, mas que também tem aquelas aparições repentinas pra vc ficar se assustando no cinema. Imperdível.)

8) Nada de notas da faculdade. Tenho os melhores professores do mundo ou não? ...

9) Meu joelho manda avisar que encontrou o chão de Minas Gerais e ele manda lembranças a todos.

Diário de Viagem #1

sábado, 9 de março de 2013

Bem amigos da internet...

Estou escrevendo diretamente de Bea Contagem-MG, mais precisamente do computador da Cíntia, só para dizer, rapidamente, que:

1) 2012 demorou pra acabar e quase que acaba em bomba, mas 2013 começou lindamente, sambando na cara do ano velho!

2) Viajar de avião cansa. Andar nos morros daqui também.

3) GPS é importante sempre.

4) As coisas que você vai esquecer em casa são aquelas que você passou horas escolhendo ou que seriam necessárias pra um compromisso muito importante.

5) E você só vai lembrar delas horas depois de ter chegado. Ou quando realmente precisar.

6) Eu acho que engoli a Monica Geller. Não consigo mais ver uma pia com louça suja.

7) Acho que nunca escreverei um livro (de ficção) hahahaha

Feliz 2013!!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Não ficou uma fofura??

Digam aí, vai...

Agora eu tenho que terminar de estudar a matéria da final de amanhã, que é o que eu deveria estar fazendo em vez de ter o grande insight pra alterar o a carinha do blog (coisa que eu queria fazer desde a última alteração, que nem ficou boa).

Por que a gente só tem essas grandes ideias e vontades e disposições quando na verdade tem que fazer outra coisa?

Enfim, vou lá estudar.

Um beijo!

(Sério, digam o que acharam!! :D)

OMG! O Com tudo o que sou mudou de cara!!!

sábado, 2 de março de 2013

Essa semana não foi fácil. Muito problema, muita notícia ruim, muito chororô. Cada um tem sua reação às dificuldades, né? Eu sou dessas que choram. Depois do choro, vem a raiva. Quando passa a raiva, eu começo a pensar. Mas fazer a raiva passar é mais difícil do que parar de chorar. Cada um tem sua receita. Ouvir aquele CD, pensar naquele lugar, conversar com aquela pessoa... A minha receita é Geller-fashioned: uma pia de louça, uma massa de bolo. Pra acompanhar, uma música no repeat.

Hoje foram duas pias de louça, uma torta de cachorro-quente e um bolo de cenoura. Pra acompanhar, os agudos doídos da Britt Nicole. Essa música me lembra a minha irmã mais velha (porque é uma das que ela gosta), e isso me traz conforto - porque eu lembro que ela está lá, orando por mim. Lembrei também da formatura dela, em janeiro; que ela passou por algumas das dificuldades pelas quais eu estou passando agora, e sobreviveu; que em breve será a minha colação de grau. E que ela também está andando comigo esse tempo todo :) (Ai, que saudade!)

You've been walking with me all this time


PS: Não gostei das versões acústicas (Air1, K-Love, Canal da Britt). São sofriiiidas. Prefiro essa, que é alegrinha.

Música da Semana: All This Time (Britt Nicole)