sexta-feira, 30 de setembro de 2011

#legalizaroaborto foi a hashtag que chegou aos TTs da noite de ontem e ainda está agitando as redes sociais (e anti-sociais) por aí. A minha opinião não cabe num tweet. Seria mal-explicada ou incontroversa minha manifestação a respeito em 140 caracteres. Olha, só! Eu nem expliquei o título do post e já estamos em... mais de 300 caracteres! (e subindo...)

Quem precisa entender se eu estava sendo irônica ou não no título do post, bem... eu não estava. Eu sou a favor da legalização do aborto e tenho um argumento só: as mulheres e adolescentes que morrem com seus bebês fazendo abortos clandestinos por aí. Não adianta vir com seus sermões morais. Essas pessoas não vão deixar de recorrer à clandestinidade para se livrar de filhos que não querem. Nem vão tomar mais cuidado por causa dos seus tweets informando sobre os métodos contraceptivos - quem não conhece esses métodos? Menos ainda vão deixar sua atividade sexual com quem bem entenderem porque você acha que elas não devem fazer. Moralismo não muda o mundo.

O que acontece é que existem pessoas que, a despeito de toda informação existente por aí - não chamam essa nossa época de era da informação? -, têm relações sexuais que resultam em gestações indesejadas e entre essas pessoas existem algumas - várias! - que procuram "clínicas" clandestinas porque não querem, não podem ou simplesmente não gostam da ideia de ter um filho. Justificável ou não, essa atitude tem consequências nefastas: pessoas morrem. E frequentemente não é só o feto.

O grande problema é que, como tudo isso acontece na clandestinidade, apesar de todo mundo saber o que está acontecendo por aí (com exceção do Felipe #nãoresisti), essas mortes caem na chamada 'cifra negra'. Ninguém enxerga. Não dá pra contar. Não vira estatística. (Existem estatísticas sobre o aborto, mas quase sempre englobam também abortos espontâneos e sempre admitem a contagem de um nível inferior ao que acontece de fato pelo simples fato de que os abortos clandestinos não são registrados a menos que sejam denunciados em hospitais ou delegacias).

A criminalização do aborto não impede que as pessoas procurem os meios clandestinos. Pelo contrário, colabora para que isso aconteça, aumentando os índices de morte da gestante. Levemos a hipótese de que fosse regulamentado o aberto até o terceiro mês de gestação, realizado em hospitais da rede pública e hospitais credenciados da rede privada. As diferenças com o aborto que é feito hoje são enormes. Primeiro, porque temos o acompanhamento médico na nossa hipótese, o que já é grande coisa. Segundo, porque há possibilidade de acompanhamento psicológico, orientação e, quem sabe, a mulher pode acabar desistindo. Terceiro, a diminuição da carnificina das 'clínicas' clandestinas, pouco preocupadas com saúde, higiene, ou qualquer coisa desse tipo. Por último, teríamos números mais precisos sobre o aborto. As estatísticas são relevantes não só para mera fiscalização, mas também para adoção de políticas de controle e conscientização.

Eu não sou a favor do aborto. Acredito que a gestação é uma consequência de outras ações e que as pessoas não devem fugir das consequências de suas escolhas (ênfase na palavra escolhas). Acredito menos ainda que seja uma disponibilidade da mulher decidir se quer ter o filho agora ou se quer dispor como bem entender do próprio corpo. Pra mim isso é ideia ultrapassada, que remonta aos tempos do pater familias do Direito Romano. Além de tudo, é profundamente egoísta. E mais, ninguém sabe de que modo a vida pode mudar com a chegada de um filho. Geralmente muda pra melhor ;) Também não acredito no aborto como meio de controle social ou controle da criminalidade. O remédio pra isso é educação.

Acredito na legalização do aborto porque ser contra é fechar os olhos para a realidade. Se eu queria que a realidade fosse diferente? Lógico que sim. Mas não vejo outro meio de conscientização e de mudança enquanto essa situação não entrar no mundo jurídico, no mundo das estatísticas. A situação é grave, gravíssima, e exige uma tutela do Estado, que nada pode fazer enquanto tudo isso não existir no seu mundo. Aí, quem sabe um dia as pessoas possam conversar racionalmente sobre isso e resolverem consigo mesmas que o aborto não é a solução. É só o começo de problemas novos.

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Legalizar o Aborto? Sim!

sábado, 24 de setembro de 2011

Já falei que tenho dificuldade com coisas novas? É tão confortável ficar com o antigo, o conhecido... Isso vindo da pessoa que foi pro nordeste colocar no prato só as coisas com nome estranho e desconhecido pra ver se era bom. Mas com livros e música... Bom, é que comida diferente que a gente não gosta, é só cuspir. Mas o que fazer se você não gostar do livro? Ou pior, se você não gostar do CD novo daquela banda que você gosta demais? Morro de dó!

Pensar que alguém teve o maior trabalho pra escrever um livro, editar, distribuir... mas não dá pra agradar sempre. Pelas resenhas que tenho lido, eu sou exceção na história, então se você ainda não leu, acho melhor procurar o livro pra tirar suas próprias conclusões, tá? Como toda opinião é válida e a crítica sincera vale mais que o elogio falso, vou deixar registrado aqui porque eu não gostei do livro.

1) Joana. A personagem principal não me cativou. Poucas coisas me incomodam mais em uma pessoa do que falta de amor próprio. Dá vontade de bater a cabeça dela na parede. Joana é aquela pessoa orgulhosa e sem um pingo de amor próprio. Depois que foi largada pelo namorado, ela simplesmente deixou de viver. Eu não entendo como alguém pode colocar sua vida em função de outra pessoa. E se essa pessoa morrer, você vai morrer também? Até acredito que existam pessoas loucas assim, mas eu evito conviver com essas. Tenho medo que seja contagioso.

2) Fernando. Está certo que não foi a primeira vez que eu não morri de amores pela protagonista, só que geralmente quando a mocinha é insuportável, o mocinho tem algum carisma. Mesmo que ele seja um chato, esnobe, mal-educado (Mr. Darcy?), tem que existir alguma coisa que cativa. Até o momento em que se descobre porque Fernando deixou Joana, ele só mostra seu lado cafajeste. Nem mesmo o motivo que o fez largar tudo consegue justificar as atitudes dele. Até quando ele parece estar pensando no bem dela, ele é egoísta.

3) A História. Não é de todo ruim. Na verdade, o que incomoda é que ela é muito enrolada. Algumas vezes tem detalhes demais, outras vezes acontece tudo muito rápido. Na primeira metade do livro não há sequer uma pista do que pode ter acontecido. Na verdade, eu fiquei a maior parte do tempo achando que o Fernando tinha ido embora porque descobriu que a Joana é doida. Até o momento em que ele também mostrou algumas atitudes estranhas, e daí pra descobrir o motivo foi um pulo.

4) Diagramação. O livro não foi produzido por uma editora. Eu admiro as publicações independentes. Não é qualquer um que segura sozinho editar, imprimir, distribuir... e bancar sozinho os custos de tudo isso. Mas alguém tem que dizer que a edição não ficou boa. É claro, existem publicações independentes muito, mas muito piores. Além do mais, isso tudo custa caro, mas eu tive sérias dificuldades pra ler porque as linhas ficam muito juntas #soucega. Além disso, os parágrafos são muito grandes, o que dificulta ainda mais as coisas.

Se eu não gostei do livro, por que simplesmente não abandonei? Porque eu não gosto de parar uma leitura no meio; porque eu queria saber porque Fernando saiu de casa; porque eu mantive sempre a esperança de que tivesse algo muito bom na próxima página que mudasse minha opinião sobre o livro.

Ah, a Cintia e o Felipe gostaram do livro.

Desafio Literário (de julho): Perseguição Digital - Loraine Pivatto

domingo, 11 de setembro de 2011

Aos doze, eu tinha minha vida toda planejada. Teria uma grande festa no meu aniversário de quinze anos, e outra seis meses depois, na formatura do Ensino Médio. Então eu passaria no vestibular pra alguma coisa a decidir: Fisioterapia, História, Música, Psicologia, Nutrição... Então aos dezenove eu estaria formada em alguma coisa assim, e casaria com o meu grande amor. Eu já amava o meu marido.

Aos quinze eu não tive uma grande festa de aniversário. Eu não tive festa nenhuma. Em vez disso, entraria em um avião pela primeira vez para pousar em São Paulo. Foi quando aconteceu um acidente em Congonhas que matou 199 pessoas. Eu não estava lá, mas cinco minutos depois minha avó ligou pro celular que eu tinha acabado de ganhar pra saber se eu estava viva, e minha mãe achou melhor adiar a viagem.

Aos quinze eu concluí o Ensino Médio, mas não participei da formatura. Eu fui a única da minha turma que passou no vestibular, pra mim este pareceu um motivo melhor para comemorar. Não fazia muito sentido uma festa de formatura pra alguém que tinha certeza de que ainda não estava formada.

Aos quinze eu conheci a Cris e o Ted e escrevi minha primeira carta para o meu marido na minha agenda das Menininhas - em inglês, pra ninguém ler. Eu fiz um compromisso e enterrei a paixão adolescente que eu tive. Eu dispensei todos os outros e orei a Deus dizendo que eu não queria um namorado que não fosse ele, porque eu já amava o meu marido.

Aos dezesseis eu descobri que eu já conhecia aquele que eu amava e eu aprendi a gostar, não, eu descobri que eu gostava dele. Eu me apaixonei por um homem que nunca acreditou nem acredita que alguém seja capaz de amar outra pessoa sem saber quem era. Eu amei. Eu amo. Eu sempre vou amar. Nesse ano eu me tornei sua namorada, reciprocamente dependente.

Aos dezenove eu ainda estou a dois anos e meio de pegar o diploma e a data do casamento é um grande não sei. Eu já estive ansiosa, mas decidi viver um dia de cada vez. Viver o que eu tenho agora é melhor do que ficar preocupada com o que pode ou poderia ser. Eu não sei se aos dezenove eu vou me casar com meu grande amor. Quem sabe? Mas existem duas coisas que nada pode mudar: eu amo o meu marido e eu vou continuar orando por ele.

Aos dezenove um homem de amarelo entregou um livro azul que me convidava a orar pelo meu futuro marido. Eu comecei lendo um capítulo a cada dia, como um devocional, refletindo nas histórias reais, nas poesias e citações e orando pelo meu futuro marido. Eu comecei a escrever uma longa oração. Em três dias eu não conseguia parar a leitura em apenas um capítulo. Eu chorei. Eu guardei muitas palavras no meu coração. Eu passei o livro adiante. Guardei aquela longa oração em uma caixa, junto com outros papéis dobrados com carinho. Para aquele a quem, há tanto tempo, eu amo.

Disponível apenas em inglês. Compre no site da autora ;)

BookTour: Praying For Your Future Husband - Robin Jones Gunn

domingo, 4 de setembro de 2011

Eu fiquei meio sem jeito em falar da Kate O'Malley pra vocês porque, bem, ela se parece um pouco, assim, só um pouquinho comigo. Aí eu resolvi mandar um email pra ela, pra ver se ela apareceria. Não levem a mal se ela falar um pouco estranho de vez em quando, porque a Kate tem alguns problemas com a nossa língua ainda.

A: Olá, Kate. É bom você gostar mesmo de conversar, porque o pessoal aqui é muito tagarela, viu?

K: Oi, Annie. Conversar é o que eu sei fazer melhor.

A: Então vamos começar falando de família. Eu tenho uma família parecida com a sua, somos quatro meninas e um menino - modo de dizer, já que a caçula já acha que se manda com 17 anos...

K: (Risos) Tudo bem, essa situação é um pouco engraçada. Geralmente eu sou a única quem está puxando  a corrente... Bom, meus irmãos são toda a minha família. Os meninos tem aquele jeito super-protetor, mas o que esperar de um guardião, um paramédico e um bombeiro? Com as meninas a minha relação é mais de protetora... Afinal, depois do Marcos, eu sou a mais velha. Me sinto um pouco responsável por todo mundo, pela família.

A: Entendo bem como é isso. Apesar de eu não ser a mais velha, quer dizer... acho que por dentro eu sou a velha da família. Pelo menos sou eu quem dá as broncas quando o pessoal apronta.

K: Com os O'Malley não é bem assim. Todo mundo se acha no direito de me dar uma torrada! Ultimamente eu tenho levado muitas broncas por causa do meu trabalho. Na maioria das vezes a negociação resolve, mas é sempre muito arriscado. Muitas vezes eu lido com pessoas fora de controle que não têm nada a perder. Eu me coloco na mira no lugar das vítimas e torço pra não precisar de uma ação tática. Eles ficam preocupados, mas o que eu posso fazer? Eu amo o meu trabalho.

A: Você já chegou a se machucar sério alguma vez?

K: Depende. Você quer dizer se eu achei que foi sério ou se meus irmãos acharam que foi sério? Já quebrei umas costelas com o impacto de um tiro no colete à prova de balas. Isso é sério pra você?

A: Com certeza! Eu não tenho essa coragem, viu? Acho que se eu fizesse algo assim, meu namorado ficaria maluco!

K: Nem me fale! Depois daquela última vez em que eu estive na mira de um maluco, o Dave não me deixa... Como se eu nunca tivesse passado por situações perigosas antes. Mas sabe de uma coisa? É bom saber que existem pessoas que se preocupam com você, mesmo achando essa preocupação toda meio invasiva. É muito pior quando as pessoas que você amam querem lhe machucar, em vez de lhe proteger.

A: Eu imagino... Kate, nosso tempo está acabando. Vamos falar rapidinho sobre seu mais novo amigo?

K: Ah, claro. Eu demorei muito para sequer acreditar que ele poderia existir. Dave e Sara com certeza foram as pessoas que me incentivaram e me ajudaram a chegar até aqui. Pra quem tinha dificuldades em confiar, eles souberam respeitar meu tempo e meu espaço. Hoje eu sei que eles estavam orando por mim, para que eu tivesse um relacionamento com Deus. Quando Ele me encontrou, foi irresistível. Pela primeira vez em anos, eu me joguei nos braços de um Pai.

A: Kate, essa sua última aventura foi narrada em um livro. Conta pro pessoal o que você achou e, por fim, deixe seu recado pro pessoal.

K: Eu gostei muito do livro. A Dee soube contar a história de uma maneira bacana. Não ficou nada misterioso demais, nem óbvio demais. Lembrando que o foco da história foi uma investigação envolvendo o meu nome e alguns casos em que eu trabalhei, no banco e no aeroporto. Não vou dar detalhes pra não ficar sem graça, mas acho que agora que vocês conheceram um pequeno pedaço de mim, vão gostar de saber dessa história da minha vida. Ah, no livro também conta como eu conheci o Dave e como eu encontrei Jesus, são as narrativas secundárias, mas não menos interessantes. Espero que gostem!
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Essa postagem faz parte do BookTour promovido pelo blog Free to be me e pelo Fechei com Ele. Confira as outras postagens!

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