segunda-feira, 15 de abril de 2013


1) Começando logo de madrugada, brigando com alguém que você ama

2) Sair atrasada de casa

3) O ônibus cuja linha começa dois pontos antes de você já chega lotado

4) O player toca "Angel by your side" para amolecer o coração, seguido de Shadow (If you wanna live me then just go) enquanto o personagem do livro que você está lendo tenta se suicidar pq a mulher que ele ama o largou sem mais nem menos.

5) Quase cair três passos depois de descer do tubo, só agora se lembrando que não devia usar salto porque machucou o tornozelo. E machucar um pouco mais entortando o pé na calçada, claro.

6) Chegar atrasada na primeira aula do primeiro dia do ano letivo

7) O professor não veio

8) O outro professor também não veio.

9) Só teve 1 aula em 5, e nem valeu a pena.

10) Chegar no trabalho cedo e lembrar novamente que não deveria estar com o seu maior salto se você resolveu eliminar o elevador do seu dia-a-dia e trabalha no quarto andar.

11) Chegar no gabinete onde pega sol a manhã inteira... e você saiu cedo de blusa de lã

12) Derrubar uma peça do ar-condicionado pela janela enquanto tenta ligar

13) Bater a cabeça na porta de vidro enquanto tenta pegar a peça que caiu

14) A peça quebrou.

15) Já que as partes mais tristes e humilhantes passaram sem testemunhas, divida estes momentos por email com um grupo de amigos, para que eles riam de você.

16) Não, não. Divida com o mundo.

Como transformar uma segunda-feira em quinta-feira em... vários passos

domingo, 14 de abril de 2013


Apesar de não merecer, ela foi premiada. Eu lhe dei todos os presentes que tinha preparado para ela, não a privei de coisa alguma. Ela não foi boazinha. Já disse, não merecia. Não merecia nada. Não cumpriu os nossos acordos, me desrespeitou, me desprezou, achou que poderia viver sozinha.

Eu a tirei do lugar de onde estava, para lhe dar um novo lar, e ela queria voltar à senzala. Como se me odiasse. Como se eu não a tivesse livrado, alimentado, curado, salvado, como se eu não a tivesse amado com amor eterno e incondicional. Como se ela não tivesse visto tudo o que fiz por ela. Não que ela fosse bonita, inteligente, simpática. Nunca teve nada de especial. Eu simplesmente a amo.

Ela nunca perdeu tempo para voltar aos velhos hábitos. Virar as costas, fazer do seu próprio jeito, desprezar os meus comandos é o que ela faz de melhor. Não que eu a tivesse escravizado para mim, pelo contrário. Só lhe fiz ordenanças para o seu próprio bem, apenas exigi que vivesse de forma saudável. Parece que ela gosta da lama. Gosta de viver na lama, morrendo mais do que vivendo. Não consigo acreditar como ela tem a pachorra de me trocar, sabendo de tudo o que eu fiz com ela, dando os braços a qualquer desconhecido que passe na rua.

Tanta curiosidade pelo desconhecido, tudo o que sempre a levou à ruína, e, mesmo assim, novamente, lá se vai. Eu abri o meu coração, lhe entreguei o meu amor e a minha vida. Dei tudo por ela e ela não consegue simplesmente aceitar o meu amor, confiar no meu amor, depender do meu amor. 

Querida, ninguém a amará como eu a amo. Ninguém mais tem tanto amor. 
Ninguém a conhecerá como eu a conheço. Ninguém mais vê o seu coração.
Ninguém a perdoará como eu perdoo. Sempre de braços abertos.

Volta.

"A verdade é que vocês não tinham quase nada de atraente, Ele os escolheu por puro amor [...] O Eterno, o seu Deus, é Deus de fato, um Deus em que vocês podem confiar. Ele é fiel. [...] Portanto, deixem de ser obstinados, cabeças-duras. O Eterno, o seu Deus, é o Deus de todos os deuses, ele é o Senhor de todos os senhores, um Deus poderoso e tremendo." (Trechos de Deuteronômio 7 e 10)

Amor Eterno

domingo, 7 de abril de 2013

Eu tenho grandes defeitos. Todo mundo tem e sabe disso. Difícil mesmo é assumir pra todo mundo. Ou pior, ter essas características indesejadas esfregadas na sua cara. Tem como ficar pior que isso? Mas é claro, como aprendemos com o Tio Murphy. Nada, nada mesmo é pior do que assistir alguém com os seus defeitos sofrendo com as consequências deles. Existem personagens que a gente ama e que, no fundo, são insuportáveis, assim como nós. Mas nós os amamos porque nos identificamos com eles.

Eu sou a Katniss. Grossa, orgulhosa, estúpida e tapada. Muita gente aplaude essa capacidade de dizer as coisas na lata, mas na maioria das vezes dizer o que pensa é um defeito. Que lê as pessoas de maneira errada e se fecha para conhecer. Desconfiada e marcada, etiquetando as pessoas desconhecidas e afastando-as deliberadamente. Impulsiva, que muitas vezes se sacrifica, muitas vezes em vão. Que luta a guerra dos outros sem saber, perseguindo um objetivo que sabe que é impossível.

Eu sou a Monica. Louca, obsessiva, competitiva e manipuladora. Meus amigos adoram o fato de eu ter tantas respostas na ponta da língua, mas precisar saber tudo o tempo todo é um fardo. Eu gosto de culpar meus pais nesse ponto, mas pessoalmente também gosto da sensação de saber tudo. É claro que isso me torna uma chata de galochas. Uma maluca que precisa que todas as coisas estejam do seu jeito. Que não admite que misturem a segunda e a terceira pessoa na mesma frase. Ou parágrafo. Que faz questão que todos em redor concordem consigo. Que fica sempre procurando provar alguma coisa para alguém - qualquer um - que não está nem aí.

Eu sou a Kate. Briguenta, intrometida, exagerada e nervosa. Eu quero ajudar as pessoas vivendo por elas, me metendo em assuntos que não são meus. Tenho essa necessidade de saber sempre o que está acontecendo com todo mundo, e de querer colocar a vida dos outros nos eixos - nos meus eixos. Eu tenho reações exageradas às menores bobagens. Eu brigo pelas coisas mais absurdas. Eu me irrito com besteira.

Eu queria ser Prim, Phoebe e Jennifer, mas eu não sou. Pelo menos eu sei quem eu sou. Katniss Everdeen, Monica Geller e Kate O'Malley estão no meu mural da vergonha, pra me lembrar quem eu sou. Pra que eu não deixe passar vinte e quatro horas antes de pedir perdão pra quem eu andei xingando por aí. Para não surtar com coisas idiotas e parar de brigar por bobagem. Para deixar as pessoas que eu amo viver a vida delas e receber as pessoas de braços abertos, sem julgamentos. E amar mais e melhor.

Mural da Vergonha