sábado, 6 de novembro de 2010

Estilo Florentino

Esse é o nome do evento que aconteceu ontem na UFPR, sobre o qual preciso fazer um relatório para ganhar 1,5. Olha eu aqui mendigando 1,5, tsc tsc Sabe como é aquele trabalho extra pra tentar resgatar os desesperados, né? Uma grande benevolência para fazer um trabalho que deveria valer 5,0, só que você vai ganhar, no máximo 1,5. Por que, né? Estou te fazendo um grande favor oferecendo esse trabalhinho bobo.

Estilo Florentino foi um evento que reuniu grandes historicistas do Direito do Brasil, da Itália e da América Latina para falar sobre a influência da Escola de Firenze sobre a História do Direito na América Latina. O evento contava com três mesas de debate (manhã, tarde e noite) sobre as obras de Pietro Costa, Paolo Cappellini e Mario Sbricoli, respectivamente.

O trabalhinho extra é o seguinte: comparecer a pelo menos duas das três mesas e redigir um relatório sobre o evento. Aí vocês pensam: "E você ainda está aí reclamando? Um trabalhinho desses deveria valer um ponto, no máximo!". Eu respondo "Vem fazer!" que nada nessa vida é assim tão fácil. Dos sete debatedores, quatro eram italianos, um colombiano, um argentino e um brasileiro. Sem tradução nenhuma. Aliás, não havia sequer consideração pelos pobres que não parlam italiano. Falavam rápido e comendo as palavras como se estivessem na casa da mamma deles.

O resultado disso é que nas anotações para o meu relatório há um punhado de frases desconexas dos pedaços que eu entendi antes de me perder completamente mais uma vez. Algumas coisas que eu não sei porque anotei. Algumas passagens incompletas. E eu fazendo meu relatório no blog em vez de fazer o relatório que vai me ajudar nessa disciplina. Vale escrever dez linhas e dizer "O resto não entendi. Sinto muito."?

Resposta do professor de história do direito/diretor da faculdade/coordenador do evento: (Não ao blog, à turma. Acho que ele nem sabe da existência do blog...)
O evento não teve tradução porque era em forma de debate, e, como tal, não poderia haver prévia tradução dos textos, já que as falas dos convidados, em geral, não foram trazidas prontas. Além do mais, eu esperava que vocês entendessem pelo menos os convidados latinoamericanos, e, com exceção de Pietro Costa e Paolo Cappellini, os demais convidados possuem um italiano bastante fácil de se entender.

E a minha consideração final...
Bom, se o evento era um debate, a única solução possível seria a tradução simultânea, certo? E como temos os tradutores, seriam duas as possibilidades: gastar muito tempo com fala-tradução-fala-tradução (tem coisa mais chata que ouvir uma palestra inteira aos pedacinhos?) ou gastar muito dinheiro com equipamento de tradução simultânea (e um tradutor profissional capaz de traduzir o Pietro Costa sem perder o fio da meada. Oh, homem pra falar rápido!!).

Entendo, portanto, as dificuldades de traduzir esse evento, mas não deixo de me sentir desprivilegiada por estar presente em um evento com graaaandes nomes da historiografia jurídica mundial e não entender metade do que eles estão falando. E pior, ver a expressão de encantamento de quem está entendendo. Ainda quero saber o que eu perdi...

Ah, só mais uma consideração. Partindo da ideia de que o evento é no Brasil, ministrado para brasileiros, era de se esperar certa consideração dos convidados estrangeiros, para propiciar uma comunicação mais eficiente. Afinal, quem ministra uma palestra não deve se ver como aquele que deve ser entendido por todos, mas sim como quem deve se fazer entender. Comunicação, é isso aí ;)