sábado, 14 de maio de 2011

Desafio Literário: Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Essa pessoa da capa não dá
um medinho?
O tema desse mês é livro-reportagem. E não, não tem nada a ver com a resenha que eu estou postando. Isso porque essa resenha é do mês anterior. A  intenção era mandar a resenha pro DL e depois postar, mas semanas se passaram e a resenha não nasceu.

 O meu desempenho de abril no Desafio Literário foi de imenso fracasso. A ideia era fazer uma resenha só, comparando as visões futurísticas de Aldous Huxley e George Orwell (uma ideia tão revolucionária que, antes que eu a executasse, ela chegou prontinha no Reader). Mas eu não li 1984 - todos os exemplares da biblioteca estavam emprestados. Ô, livrinho caro, né, gente?

As primeiras páginas do Admirável Mundo Novo foram fortes pra mim. Fiquei com nojo da condição tão desumana a que tantos humanos se submetiam na ficção de Huxley. A criação de seres humanos como máquinas fabricadas, produzidas em série, artificialmente criadas e condicionadas para cultuar os valores bons para a manutenção da comunidade. Eu ficava o tempo todo pensando no que aconteceria se uma dessas máquinas quase-humanas quebrasse o padrão. Aí é possível comparar com a manipulação de massa do nosso mundo, mas, bem... Acho que o caso é bem mais grave.

Pessoas que não sentem, não pensam, não refletem, não imaginam. O mundo da mediocridade. Todos têm a vida perfeita. Não envelhecem, não engordam, não adoecem, estão sempre satisfeitos. Se não estão, tomam um grama de soma e se sentem bem. Não existem relacionamentos. A palavra 'pai' é piada pronta. 'Mãe' é palavrão. 'Filho' é uma vergonha e 'cada um pertence a todos'. Sim, a promiscuidade faz parte das relações sociais (essa é a palavra exata usada no livro). Uma sociedade feita de nada. Estamos caminhando para isso? Estamos. Chegaremos lá? Duvido.

É paradoxal demais eu ter achado a história horrível e mesmo assim achar que todo mundo tem que ler? Porque a história em si é nojenta, mas é muito bem contada. O livro é bom e a história é péssima. Pode ser? Alguém já se sentiu assim com um livro? Estranho, eu sei...