sábado, 23 de julho de 2011

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

Eu tinha medo de Amélie. Não que eu a conhecesse. Só de ouvir falar. E dessa foto aí ao lado. Assustadora, não? Já ouvi dizer que é um filme romântico, fofo, mas eu sempre achei meio esquisito. Afinal, como pode o fabuloso destino de alguém ser romântico e fofo? Quem é essa Amélie, afinal, pra ter um destino fabuloso? Alguma artista do Moulin Rouge?

Um dia, eu li a sinopse. (Aham, todas essas impressões só por algumas imagens no filme. Será que eu sou uma pessoa analítica?)
Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor. (Sinopse do Adoro Cinema) 
Impressionante, não? Não. Afinal, por que fazem essas sinopses que não dizem nada? De alguma forma funcionou, porque eu fiquei curiosa. De que forma a vida sem graça de uma garota que resolve fazer a corrente do bem pode ser um destino fabuloso? Bom, em outro filme assim o mocinho morre no final. Hm... talvez ela saia pelo mundo fazendo coisas legais para as pessoas! Isso seria legal. Por isso o 'destino'. Ela viaja num destino fabuloso ajudando desconhecidos. Talvez seja um daqueles filmes bonitinhos, emocionantes... por isso fofo, né?

Foi justamente por ter uma percepção completamente diferente do que poderia ser esse filme, que eu acabei assistindo da forma mais despretensiosa possível. Porque logo no início eu descobri que não era nada daquilo que eu pensava, então só me restava assistir pra descobrir o que acontece depois. É o que eu gosto mais. Ficar na expectativa do que acontece depois. Melhor do que saber o que acontece e ficar se decepcionando com o desenrolar da história. (Eu sempre tenho expectativas muito altas).

Descobri logo que Amélie Poulain não é um dramalhão com uma lição de vida. É leve e divertido. Os créditos iniciais já dão o clima. A narração é engraçadinha. Os personagens são caricatos. E a Amélie não é a Madre Teresa da França. (Porque gente boazinha demais é dose, né?) As partes mais engraçadas são as que ela apronta, as ideias que ela tem pra ajudar e pra castigar os outros.

Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain (porque em francês é mais bonito) é a comédia na medida certa. Não é comédia retardada, apelativa, não abusa da inteligência do espectador. É comédia gostosa de se ver, só ou em boa companhia. Não é daquelas que lhe faz cair do sofá de tanto rir, mas carimba um sorriso no seu rosto por pelo menos uma semana. Amélie Poulain, afinal de contas, cumpre o que promete: faz um bem retado à gente.