sábado, 24 de setembro de 2011

Desafio Literário (de julho): Perseguição Digital - Loraine Pivatto

Já falei que tenho dificuldade com coisas novas? É tão confortável ficar com o antigo, o conhecido... Isso vindo da pessoa que foi pro nordeste colocar no prato só as coisas com nome estranho e desconhecido pra ver se era bom. Mas com livros e música... Bom, é que comida diferente que a gente não gosta, é só cuspir. Mas o que fazer se você não gostar do livro? Ou pior, se você não gostar do CD novo daquela banda que você gosta demais? Morro de dó!

Pensar que alguém teve o maior trabalho pra escrever um livro, editar, distribuir... mas não dá pra agradar sempre. Pelas resenhas que tenho lido, eu sou exceção na história, então se você ainda não leu, acho melhor procurar o livro pra tirar suas próprias conclusões, tá? Como toda opinião é válida e a crítica sincera vale mais que o elogio falso, vou deixar registrado aqui porque eu não gostei do livro.

1) Joana. A personagem principal não me cativou. Poucas coisas me incomodam mais em uma pessoa do que falta de amor próprio. Dá vontade de bater a cabeça dela na parede. Joana é aquela pessoa orgulhosa e sem um pingo de amor próprio. Depois que foi largada pelo namorado, ela simplesmente deixou de viver. Eu não entendo como alguém pode colocar sua vida em função de outra pessoa. E se essa pessoa morrer, você vai morrer também? Até acredito que existam pessoas loucas assim, mas eu evito conviver com essas. Tenho medo que seja contagioso.

2) Fernando. Está certo que não foi a primeira vez que eu não morri de amores pela protagonista, só que geralmente quando a mocinha é insuportável, o mocinho tem algum carisma. Mesmo que ele seja um chato, esnobe, mal-educado (Mr. Darcy?), tem que existir alguma coisa que cativa. Até o momento em que se descobre porque Fernando deixou Joana, ele só mostra seu lado cafajeste. Nem mesmo o motivo que o fez largar tudo consegue justificar as atitudes dele. Até quando ele parece estar pensando no bem dela, ele é egoísta.

3) A História. Não é de todo ruim. Na verdade, o que incomoda é que ela é muito enrolada. Algumas vezes tem detalhes demais, outras vezes acontece tudo muito rápido. Na primeira metade do livro não há sequer uma pista do que pode ter acontecido. Na verdade, eu fiquei a maior parte do tempo achando que o Fernando tinha ido embora porque descobriu que a Joana é doida. Até o momento em que ele também mostrou algumas atitudes estranhas, e daí pra descobrir o motivo foi um pulo.

4) Diagramação. O livro não foi produzido por uma editora. Eu admiro as publicações independentes. Não é qualquer um que segura sozinho editar, imprimir, distribuir... e bancar sozinho os custos de tudo isso. Mas alguém tem que dizer que a edição não ficou boa. É claro, existem publicações independentes muito, mas muito piores. Além do mais, isso tudo custa caro, mas eu tive sérias dificuldades pra ler porque as linhas ficam muito juntas #soucega. Além disso, os parágrafos são muito grandes, o que dificulta ainda mais as coisas.

Se eu não gostei do livro, por que simplesmente não abandonei? Porque eu não gosto de parar uma leitura no meio; porque eu queria saber porque Fernando saiu de casa; porque eu mantive sempre a esperança de que tivesse algo muito bom na próxima página que mudasse minha opinião sobre o livro.

Ah, a Cintia e o Felipe gostaram do livro.