domingo, 25 de julho de 2010

Ousadia!

E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. (Atos 4:31)

Deixa eu contar uma coisa que me irrita: aquelas pessoas que, geralmente em dupla, me abordam nunca quando estou desocupada, parecem que leem a pressa escrita na minha testa no meio da rua pra me evangelizar. Não estou nem falando do evangelho que elas apresentam, mas da estratégia. Acho uma falta de respeito à liberdade de crença da pessoa abordá-la no meio da rua ou na própria casa e ficam insistindo até você parar pra ouvir.

É claro que fica mais tolerável quando o cara gritando dentro do ônibus está anunciando a sua crença, e você até se sente culpado por estar incomodado com isso. Mas e se não fosse? Se você não concordasse com quem está ali no calçadão arrastando a caixa de som a bateria, gritando no microfone um evangelho que você não concorda, seria tolerável, simpático, louvável?

Anunciar com ousadia não é simplesmente berrar o plano da salvação no terminal de ônibus, é viver o evangelho apesar do quão ridículo isso possa parecer às vezes. É ter a petulância de falar do amor de Deus àquela pessoa que está implorando por dentro - às vezes até por fora. Sem invadir, sem obrigar... É entender que a salvação é um presente de amor, que deve ser oferecido e aceito com amor. É distribuir água gelada num dia de sol quente e usar essa desculpa para falar o que não se pode calar. É compartilhar com aquela sua amiga aquela super coisa de Deus que aconteceu com você. E principalmente, é mais do que simplesmente falar, é viver.

Não adianta gritar para quem não quer ouvir, ultrapassando os limites da boa educação. O modo como você transmite a sua mensagem também faz parte do conteúdo que chega ao seu interlocutor. Se não há harmonia entre eles, o que você faz fala mais alto do que o que você diz.