terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Abrir a mão? Só pra dar bom dia!

Se eu saio da faculdade às dez horas, não preciso comprar lanche se quando chegar eu já vou preparar o almoço. Se eu posso ir a qualquer lugar dessa cidade pagando só uma passagem, qual o problema em atravessar a cidade pra pagar mais barato? E se eu posso andar quatro quilômetros, é lógico que não vou pagar uma passagem de ônibus! Se a água é oitenta centavos no supermercado, não vou comprar por dois reais aqui. Não por medo de andar mais um pouco! Por que eu vou comprar pronto aquilo que eu posso fazer?

Admito! Sou muquirana. Mão de vaca, pão duro, sovina... Essas coisas todas. Coisa difícil é eu comprar alguma coisa por impulso. Ou só porque estava barato. Impulsiva até sou, mas compradora... Comprar pra mim é um ato de reflexão. Muita reflexão. (E é também por isso que eu não gosto de vendedor andando atrás de mim enquanto eu reflito). No fim das contas, isso é ótimo pra mim. Afinal, quem trabalha pra pagar as próprias contas deve saber o valor do seu dinheiro.

Às vezes parecem meio exageradas ou sacrificantes as situações em que eu me meto, às vezes dá até vontade de deixar disso, só de vez em quando, mas aí eu tenho as minhas estratégias de guerra. (Não sei se as pessoas que me seguem no twitter já repararam, mas eu sou, na verdade, duas pessoas. Uma responsável e outra preguiçosa. De vez em quando dá briga.)

Ser otimista! Para quem procura enxergar o mundo sempre a cores, não existe situação que fique horrorosa demais. Afinal, se eu tenho as opções 'caminhar quatro quilômetros' e 'pegar um ônibus', tenho sempre excelentes motivos para escolher a opção mais barata. Uma boa caminhada faz bem à saúde. Um céu azul com um sol bonito desses não deve ser desprezado. Tenho tempo de sobra pra apreciar a paisagem. Posso conhecer lugares por onde ainda não passei ou só vi com pressa. Isso tudo economizando R$ 2,20! :)

Andar sem dinheiro. Tá certo que o cartão de débito está sempre à mão, mas só o fato de ver a carteira vazia desencoraja compras bobas, especialmente de doces que eu vou enjoar quando tiver comido a metade e de coisas que eu não preciso de lojas não muito boas que não aceitam cartão ou só aceitam pra compras maiores. Ah, e de lanches por pura gulodice!

Consultar meu saldo... mental. Eu sou ótima pra lembrar de contas, desde que tenha feito à mão. (Meu mouse-pad - uma metade do envelope de papelão do Blog Tour - é cheio de contas e do meu nome). Geralmente eu me lembro bem do saldo do banco, a menos que tenha acontecido alguma coisa errada por lá, eu sempre sei quanto dinheiro eu tenho. Fazer as contas é um ótimo jeito de me lembrar de que eu não tenho muito.

Pensar no meu namorado. Quando eu estou quase comprando alguma coisa, prestes a tomar a decisão final, em que eu penso? "Se eu dissesse a ele que gastei essa quantia com isso aqui ele brigaria comigo?" ou "Será que meu orçamento vai ficar muito apertado?", o que basicamente é a mesma coisa, já que foi ele quem me introduziu nessas coisas de fazer orçamento pra tudo e guardar nota de tudo o que eu compro (aliás, esse é mais um motivo pra comprar com cartão, sempre vem nota - e também é o motivo porque a minha carteira vive cheia, mesmo vazia haha). Acho que eu penso que ele vai se sentir orgulhoso de mim se eu controlar minhas finanças. Pra ele é importante ter tudo sob controle, então se eu tiver controle das minhas coisas, é uma forma de amar também.

No fim, eu também fico muito orgulhosa de mim mesma. Afinal, essa mania de economizar tem deixado meu saldo bancário muito saudável. Com tanta gente estourando cartão, refém de juros e cheque especial por aí, é muito do que se orgulhar, né?