sábado, 19 de fevereiro de 2011

Desmitificando as entrevistas

Vocês estão falando com a mais nova estagiária de Direito do sul do Brasil! Uhul! (Mas você não tinha estágio? Tinha e tenho, mas aquele chefe virou cliente, e a gente já tinha combinado que eu poderia arranjar outro estágio se quisesse, até porque são só três horas por dia no outro estágio do ex-chefe-agora-cliente) Já fazia algum tempo que eu estava procurando estágios. Na verdade, eu nunca parei de procurar. Desde o ano passado fiz milhares de entrevistas (umas cinco, no máximo) e por isso posso dizer que TUDO O QUE VOCÊ OUVIU ESTAVA ERRADO! 

MITO 1 Em entrevistas, use esmalte claro.
Em uma entrevista, seja você mesma. Vocês, garotos, não precisam ler essa parte porque não usam esmalte. Eu gosto de esmaltes coloridos. Laranjas, verdes, azuis, roxos... E em várias entrevistas eu lembro bem da cor de esmalte que estava usando. Em apenas uma era um rosa bem clarinho (Gatinha, Impala). Em outra usei marrom (Marrocos, Risqué). Depois eu pirei de vez. Verde (Dote), roxo (aquele fosco da risqué que eu sempre esqueço o nome), e por fim, o sinal dos tempos: fui sem esmalte algum na última entrevista. Porque eu estava com um esmalte cor de rosa com brilhinhos muito infantil, e se tem coisa que eu tenho trauma é de parecer infantil. (Se você gosta de usar esmalte infantil, não se reprima. Seja você mesma!)

MITO 2 Cuidado com cores fortes
Cores fortes é o meu nome do meio. Bom, na verdade meu nome do meio é Adelinne, que significa 'nobre, princesa', nada que tenha muito a ver com cores fortes. Já deu pra ter a prévia com os esmaltes, né? Essa semana ouvi pessoas dizendo que eu sou chique, mas eu sou mesmo é berrante. Sei ser discreta, é lógico. Mas eu amo usar uma cor extravagante! Minha bolsa favorita no universo é laranja. Não laranjinha. Laranja. Não sei se alguém já percebeu que essa é a minha cor favorita. Hoje eu resolvi combinar um vestido verde com a bolsa laranja. Um LINDO vestido verde, aliás. E não fui prejudicada por isso. Só não vista o arco-íris inteiro de uma vez. Tenha parcimônia, por favor, tá?

MITO 3 Tente parecer normal e comum
Eu tentei. É sério, eu tentei. Arrumei meu cabelo curtinho (nem contei que cortei, né?) super bonitinho, mas fui de ônibus, em pé, em frente à janela. Quando cheguei lá, meu cabelo já estava todo alternativo (do jeitinho que eu gosto, por sinal). Comportado? Meu cabelo? Só com muita oração! Estava com aquele voluminho que só quem assume muito bem os cachos consegue suportar. E os brincos? Um grande e um pequeno. (Tinha uma haste entre a bolinha e a borboleta, mas a haste de um deles quebrou e eu emendei a borboleta direto na bolinha, aí ficou cada um de um jeito). Enfim, sempre disse que eu gosto de ser alternativa, de fazer diferente, de ter o meu jeito.

MITO 4 Cause uma boa impressão
Definitivamente você não precisa causar uma boa impressão. Seja lá qual for o papel que você interpretar no dia da entrevista, não vai conseguir mantê-lo durante todo o tempo que trabalhar ali (se for contratado). O resumo de toda essa ópera aqui é: seja você mesmo. Quem vai te contratar tem que gostar de você, do que você é. Não tenha medo de parecer bobo. Se isso acontecer, talvez você seja bobo demais pra aquilo que precisaria enfrentar. Não, não tente causar uma boa impressão. Seja uma boa impressão.

Adendo (palavrinha de jurista essa, né?): Se você tem um blog, por que não colocá-lo no currículo? Já tive muitas oportunidades por causa de blog. Oportunidades de vários tipos. E nunca perdi a liberdade de falar o que eu quero por causa disso. Aliás, na penúltima entrevista que eu fiz ficamos, eu e o entrevistador, a metade do tempo conversando sobre o blog e Os Meninos da Rua Paulo :)