sexta-feira, 9 de março de 2012

Woodlands - Robin Jones Gunn

A Série Glenbrooke é composta por romances engraçados, dramáticos, melosos, às vezes profundos, às vezes com uma boa dose de suspense, mas eu não conseguiria dizer que tipo de história é a história da Leah. Talvez um pouco de tudo isso aí.

A Leah me lembrou uma pessoa que eu conheço. Sabe aquela pessoa que já passou por tanta coisa na vida que resolveu viver pros outros? Leah é a tia oficial de todas as crianças de Glenbrooke, aquela para quem qualquer pessoa na cidade liga quando precisa de uma mãozinha. Aquela que prefere se doar para cuidar dos outros (no bom sentido) a cuidar de si mesma. Conhece alguém assim? Estranho é ela ser uma pessoa tão ativa e conhecida de todos na cidade e, ainda assim, não ter sido apresentada em nenhum dos livros anteriores da série.

A história ganha movimento quando ela começa, de repente, a ser cortejada por dois rapazes muito interessantes da cidade. O problema é que só um deles é o cara legal e fica difícil saber se é o advogado - porque... oras, porque é um advogado, ué! - ou o cara incrível que aparece na cidade com as histórias mais mal contadas do mundo - porque caras incríveis não aparecem assim para mocinhas nunca antes beijadas de vinte e sete anos sem ter muita coisa mal contada, né? Eu mesma troquei de opinião umas três vezes sobre qual dos dois era confiável. O melhor da história é acompanhar esses dois disputando a mocinha enquanto ela mesma dá um baile nos dois.
Livro no meu colo visto pela Cíntia, na
poltrona de trás, pelo reflexo da janela do
avião enquanto eu, provavelmente,
dormia - coisas que as pessoas normais
costumam fazer de madrugada.

Outra coisa muito legal é acompanhar os personagens que conhecemos nos livros anteriores depois do "felizes para sempre". Saber que existe uma história depois da história - e acompanhar essa história inteirinha - dá aquela nítida impressão de que são pessoas de verdade, que se você dobrar a esquina e subir a rua principal vai chegar na casa da sua grande amiga ou que aquele acampamento lindo mais afastado da cidade é cuidado por um casal de amigos seus. Eles ganham vida porque eles têm uma vida, ainda que feita de papel e tinta. Quando você encontra esses amigos depois de algum tempo desde a última história, é como se chegasse de uma longa viagem e 'como o filho da fulana cresceu!' e 'menina, você está grávida, de novo?!' e 'ahhh, eles continuam fofos!'. Só por isso já vale a leitura!

Não dá pra dizer muita coisa porque eu li esse livro em agosto do ano passado. A Leah me acompanhou enquanto voltava da minha aventura em São Luiz Luis. Resenhei mesmo assim porque é uma história que vale a pena, da minha série favorita, e merece um post no meu blog. 

Esse livro não tem versão em português. Você pode comprá-lo pela Livraria Cultura, Amazon (dá pra ler um pedacinho do primeiro capítulo em inglês) ou no site da autora.
Outras resenhas da Série Glenbrooke (Pessoa que não tem vergonha de exibir posts antigos. Reparem na evolução.): Sunsets, Clouds, Waterfalls.