quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hoje estou brega. Ouvindo baladinhas antigas sobre cornos, amor, amizade... Não servem as versões mais novas. Tem que ser aquelas bem sessão nostalgia. Nessa playlist, Michael W. Smith aparece DEMAIS. Não, gente, eu nem tenho os CDs novos dele. Eu sou do tempo até parece do fisrt decade dele. Daquelas que até as versões pro português já são antigas, sabe? A música de hoje é uma dessas, e é especial porque foi preparada para fazer alguéns chorar. (Fôlego, que esse post é grande, pra compensar!)

Colhendo os sonhos que Deus plantou
No solo fértil que é você
Mal posso acreditar que as esperanças que Ele lhe deu
Significam que um capítulo da sua vida já passou

Existem coisas legais em ser adulta (mesmo sendo adulta de mentira). Uma delas é ter amigas (desculpem, amigos, hoje só vai dar amigas no post, tá?) passando por capítulos diferentes da vida, e curtir junto com elas, como se eu mesma estivesse vivendo isso. E estou, né? Afinal, ser amigo é estar presente, mesmo estando longe.



Eu tenho uma amiga que vai se casar em poucos meses. Tenho uma amiga que 'acabou' de descobrir que não tem asas, mas que pra isso existe avião - e está aproveitando demais essa fase (é pra quem pode, viu? Tem mais é que aproveitar!). Tenho uma amiga que está prestes a se formar em Engenharia Civil. Tenho uma amiga que acabou de descobrir que está grávida - de novo! Amigas iniciando uma carreira, amigas se preparando para o vestibular, amigas solteiras, namorando, terminando namoro, casando, casadas...

É legal ver cada uma dessas amigas evoluindo, crescendo e mudando. Mesmo quando essa amiga pensa ser a única que continua na mesma, enquanto a vida de todo mundo segue em frente. Mesmo quando essa amiga não está lá muito contente com as mudanças que estão acontecendo. Mesmo quando essas mudanças a levam pra longe (e a gente sente saudades!).

Nós continuaremos próximas como sempre
Como se você não tivesse ido embora
Porque nossos corações, de maneira ou de outra
Conservarão o amor que nos mantém fortes

Eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que minhas melhores amigas moram longe. Alguém pode achar isso meio forever alone, mas acontece que eu nunca me sinto alone porque eu sei que quando eu preciso (e quando não preciso também!) elas estão lá.

Amigos são amigos pra sempre
Se o Senhor é o senhor deles
Um amigo nunca dirá 'nunca'
Pois a sua boa vontade não acaba
Apesar de ser difícil deixar você ir
Nas mãos do Pai, nós sabemos
Que uma vida inteira não é tempo o bastante para sermos amigos

Então, chega aquele momento em que você tem certeza da amizade. Quase sempre é um momento difícil, em que você precisa de um anjo ao seu lado, mas amigos também compartilham a felicidade. Quem disse que uma amizade não pode ser provada nos momentos felizes? A amizade é um carinho que não precisa ser dito, nem tocado. É um convite pra amar alguém de um jeito especial, pra se importar com essa pessoa.

Amiga é aquela pessoa que você convida pra ser dama de honra no seu casamento, pra viajar pro outro lado do país, pra viver uma aventura em 2025. Amiga é aquela pessoa que lhe acalma quando você ouve uns tiros lá longe, quando ela é quem deveria estar nervosa. Amiga é quem compartilha da sua alegria, quem fica triste junto com você. Amiga é quem ora por você. Amiga, foi Deus quem mandou você pra mim! Liga não, hoje estou brega!

Mas uma vida inteira não é tempo o bastante para sermos amigas

Música da Semana: Friends - Michael W Smith

domingo, 7 de agosto de 2011

Eu gosto do diferente. Gosto de fugir ao padrão, de inventar um jeito novo de fazer as coisas. Afinal de contas, o que é comum não chama a atenção de ninguém, né? Eu sempre tive essa visão do cristianismo: viver diferente dos outros. Ser cristão não é viver alienado, nem acreditar que tudo me é lícito se tudo me convém. Ser cristão é ser estranho, sim, mas de um jeito diferente.
Sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, estranhavelmente misericordiosos e afáveis. I Pedro 3:8 (ACF)
Seja um modelo, alguém que as pessoas queiram ser. Ser como Cristo não é fácil. Fácil é vestir uma fantasia de crente, mas isso não adianta nada. É estranho à nossa natureza ser legal com quem não é legal conosco. Abrir mão de uma coisa importante pra favorecer alguém. Ter misericórdia quando alguém lhe fez mal. Não estou falando isso porque eu sou o modelo, mas porque eu quero ser.

Aí é importante lembrar que Jesus sempre é legal com a gente. Que apesar de sermos pessoas ruins e imprestáveis, que brigam por besteira, que fazem caso de nada, ele ainda ama. E como ama! E que apesar de merecermos a morte, ele teve misericórdia e deu a sua própria vida.

Em um mundo corrompido, onde as pessoas não hesitam em engolir umas às outras para conquistar o que pensam merecer, eu quero é ser muito estranha!

Povo Estranho

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Essa banda de nome esquisito que eu não conheço muito bem tem umas músicas legais. Ou melhor, tem umas músicas MUITO legais. Mas eu nunca ouvi um CD inteiro deles. (Mesmo assim, essa música, Majesty e History Maker não saem da minha playlist).

Você sentiu as montanhas tremendo?
Você ouviu o mar rugir?
Quando o povo se levanta para cantar
Sobre Jesus Cristo, o ressurreto

Uma coisa diferente acontece quando a música começa. Parece que dá pra ouvir alguma coisa acontecendo. Uma alegria que surge e faz despertar seus instintos mais urgentes para extravasar - gritar, pular, cantar bem alto, a plenos pulmões.

Abra as portas
Deixe a música tocar
Deixe as ruas ressoarem com o canto
Canções que trazem esperança
Canções que trazem alegria

Canções como essa, que levantam o espírito. E dá aquela vontade de correr e anunciar essa alegria toda. Dá vontade de compartilhar. De levar essa alegria pra todo mundo. Bora?

Música da Semana: Did you feel the mountains tremble? - Delirious?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Existem livros que são com filmes. Contam uma história - a do personagem principal - e mais nada. Os coadjuvantes só aparecem pra fazer alguma coisa pelos protagonistas. Eles até podem ter suas próprias vidas, mas nisso só se fala de relance, quando se fala. Isso não torna o livro melhor ou pior. Foi escolha do autor centralizar a história, manter um único foco. Existem excelentes livros assim: Orgulho e Preconceito - Jane Austen; Penélope - Marilyn Kaye; A Firma - John Grisham. Mas a literatura brasileira é riquíssima em outro estilo. São livros que não cabem nos filmes.

"Muita gente, muita coisa acontecendo..." foram as palavras que um colega usou para explicar porque não gosta da obra de Jorge Amado. Ele tem razão. Gabriela demora a aparecer, mas quem disse que faz falta? Porque a história não é só dela. Como em uma novela, todos os personagens tem uma história. Cada história se transforma em plano de fundo para outra história. Uma riqueza! Porque a vida é assim - não escolhe protagonistas. O mundo não gira em torno de Gabriela. Contar sua história é uma questão de foco, mas contar só a sua história é negar o seu contexto.

Eu nasci assim; eu cresci assim; e sou mesmo, sim; vou ser sempre assim. Gabriela, sempre Gabriela... Entender Gabriela não é fácil, mas não é difícil compreender. Gabriela, se não fosse ela, seria promíscua, mas não é. Ingênua, talvez. Não tendo sido educada nem padronizada aos nossos costumes, ela simplesmente não cabe naquilo que chamamos de sociedade, e não tem como fazê-la caber. Ela pode até deixar de ser como é, mas perde a graça.

Mas a trama é muito rica pra se prender a Gabriela. Ambientada em Ilhéus, num período em que as riquezas do cacau traziam o progresso à cidade, o ano retratado é cheio de acontecimentos, todos temperados com intriga política, coronelismo e outras aventuras típicas do Brasil do início do século XX. Ah, não... não estou falando do Brasil da Semana de Arte Moderna, dos barões do café... Me refiro ao Brasil dos coronéis, do sertão, aquele que até hoje é meio desconhecido, e, às vezes, esquecido.

Para levar pra Bahia, escolhi Gabriela de Jorge Amado, um grapiúna como eu (na verdade, mais do que eu), porque é muito legal ler uma história olhando para o cenário - embora muito diferente, muita coisa ainda é igual. E ficar pensando se isso realmente aconteceu, se um dia existiu um Mundinho Falcão que revolucionou a política ilheense, se houve um Bar Vesúvio do árabe 'Seu' Nacib. Porque lendo uma história tão rica, a impressão que eu tinha é que eu encontraria Gabriela assim que saísse na rua.

PS¹: Grapiúna é quem é da região de Itabuna, da terra do cacau. Eu nasci em Camacan e, há três semanas, estava sentindo o cheiro das sementes de cacau secando ao sol.
PS²: Algumas cenas da adaptação do livro para a televisão foram gravadas em Canavieiras, onde eu morei. Se pesquisar, vai saber como é feio aquele lugar...
PS³: Ê, saudade da Bahia!

Gabriela, Cravo e Canela - Jorge Amado