sábado, 28 de julho de 2012

"Como é que você consegue?"

Namorando à distância há... dois anos e oito meses, posso dizer que já tirei meu mestrado nessa matéria. Não que a gente esteja tirando de letra. Não vivemos num mar de rosas... bom, não o tempo todo. Mas é estável há quatro anos e, nesses tempos de namoros relâmpagos, só isso já nos torna merecedores de algum tipo de 'honra ao mérito', daqueles que eu ganhava na quinta série.

Nossa relação dura porque temos um compromisso. Amor, paciência, respeito, paixão, vergonha na cara existem porque existe um compromisso o tempo todo e é por isso que nós conseguimos. E porque aprendemos a transformar aquilo que poderia nos prejudicar em algo que nos fortalece.

Assim, estamos todos os dias começando de novo. A cada noite a visão daquele rosto é única, como se fosse a primeira. Nos apaixonamos de novo. E a cada vez que nos encontramos novamente, é como se nunca tivesse passado um dia desde o primeiro. E, estando mais longe, damos um jeito de ficar perto o tempo todo. 

Todos os dias tem um jeito novo de dizer 'eu te amo'.

Hoje, esse é o meu.

E é assim que vai saber que é seu amor...

Namoro a distância

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Spoilers. O grande problema de quem lê ou indica ou fala sobre Grande Sertão: Veredas são os spoilers. Minto. É o spoiler. Não é um spoiler difícil de descobrir. Talvez, na época em que foi escrito, tenha sido algo super original, mas eu consigo me lembrar de algumas histórias com o mesmo mistério. É até provável que algumas delas tenham se inspirado na história de Guimarães Rosa. 


Se você é daqueles que não gostam de spoilers,
então não procure chifres em cabeça de cavalo.
Agora, se você está louco pra saber que spoiler é esse,
com imaginação e curiosidade os unicórnios aparecem!
Depois não digam que não avisei.


Eu não ligo para spoiler. Nem por isso vou entregar spoiler algum, fiquem tranquilos. Acho mesmo que o que importa mais é como a história é contada do que o que acontece nessa história. Porque até uma ida ao supermercado pode ficar super interessante se for contada por aquele tio super engraçado, enquanto uma super aventura pode se tornar um tédio na boca do metido do namorado da sua irmã. (Não estou falando de nenhum dos dois, é só um exemplo u.u).

Meu primeiro contato com o grande sertão foi em uma leitura realizada como preparação para um evento da faculdade que tinha como texto-base o trecho do julgamento de Zé Bebelo. Naquele pré-evento, um rapaz muito empolgado lia trechos que ele julgava importantes para a nossa compreensão da história, explicando as passagens para então chegar no julgamento. Não sei se foi o brilho nos olhos daquele moço apaixonado por este livro, se foi o encanto da leitura em voz alta, a linguagem do Rosa... só sei que saí daquela sala direto para a biblioteca.

A escrita é linda. Não por poesia rebuscada, por lirismos enfeitados, mas justamente pela falta de enfeites. É natural. E é linda. O livro todo é uma narração de uma conversa entre Riobaldo e um interlocutor que, por um acaso, durante alguns (vários) dias, fui eu. Conversa é modo de dizer. Ele falou, eu escutei, assenti, sorri e chorei. Marquei suas palavras para reproduzi-las mais tarde. Mas não disse nada. Não cabia.

Mas não tem só Riobaldo nessa história, é claro. É a história da vida dele, sim, mas ele é um excelente contador de histórias. Por mais que vá e volte no tempo em suas narrativas, ele sabe como prender a atenção de alguém. Não só Riobaldo, mas Diadorim, Zé Bebelo, Hermógenes, Joca Ramiro e até alguns personagens que poderiam passar despercebidos por olhos menos atentos ou menos curiosos como Nhorinhá, Compadre Quelemem, Fafafa... A obra é cheia de personagens porque retrata a vida e é cheia de vida. E a vida é assim, cheia de gente.

O cenário disso tudo é o sertão de Minas Gerais e Bahia, mas é, principalmente, dentro de Riobaldo. Não que seja daqueles romances em que a personagem principal passa o tempo todo em reflexões interiores. Não. Riobaldo pensa na vida enquanto vive, e conta a vida para vivê-la. E por ser a vida, o sertão pode estar dentro de qualquer um, seja você homem ou mulher, alto ou baixo, gordo ou magro. As dúvidas e as certezas, as virtudes e as fraquezas que pertencem a todos estão fincadas nessas linhas, muitas linhas, que formam veredas no sertão. O sertão está em toda parte. Talvez por isso é que viver é muito perigoso.

Extras

A edição que eu li veio da Biblioteca de Ciências Humanas e Educação da UFPR. É a 10ª edição da Editora José Olympio, que hoje faz parte do Grupo Editorial Record. A edição bem antiga aparentemente preserva as características da edição original. Conta, inclusive, com o recado do autor na última página.

Como já foi muito manuseado, assim como os outros exemplares da biblioteca (tem vários!), o livro já passou por uma reforma e, por isso, não possui a capa original, com desenhos do artista paranaense Poty Lazarotto. (De férias em Curitiba? Tem uma exposição sobre ele no Museu Oscar Niemeyer).

Por ser uma edição bem antiga, não dá pra contar com muito conforto além das páginas levemente amareladas. O papel tem boa gramatura, não fica grudando um no outro, nem aparecendo a tinta do outro lado, mas as margens das páginas são exploradas ao máximo, assim como o espaçamento entre as linhas.

Grande Sertão: Veredas foi traduzido em vários idiomas e se transformou em The Devil to Pay in the Backlands, Le Diable Dans la Rue, au Milieu du Tourbillon, Wilkie Pustkowie, Gran Sertón: Veredas, Diepe Wildernis: de wegen, além da tradução italiana que manteve o título brasileiro (há um fac-símile da página inicial da tradução italiana na edição que eu encontrei na biblioteca).

No Brasil, a obra recebeu adaptações em filme (1965), em minissérie para a Rede Globo (1985) e em ópera no espetáculo Sertão Sertões, uma Cantata Cênica (2001). Os livros escritos sobre este livro são tantos que eu nem me arrisco a listar. O livro é o único brasileiro a constar da lista dos 100 melhores livros de todos os tempos do The Guardian.


Hoje a obra faz parte do catálogo da Nova Fronteira, que tem também uma edição de bolso, praticamente a metade do preço, naquela coleção Biblioteca do Estudante, que lança títulos que costumam fazer parte do conteúdo dos vestibulares das principais universidades do país. Apaixonante mesmo foi a edição limitada lançada pela mesma editora em comemoração aos 50 anos da obra, que hoje é vendida por meio milhar de dilmas no Estante Virtual...

Grande Sertão: Veredas (João Guimarães Rosa)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A Bethany tem uma voz suave. A trilha sonora perfeita para ouvir quando se chega ao final do dia com o cansaço de quem passou o dia todo carregando sacos de cimento - mesmo sem ter saído da cadeira o dia todo. Às vezes o cansaço mental derruba a gente de um jeito, né?

Além disso, ela tem a mesma voz que aparece nas gravações de estúdio em seus CDs nas gravações ao vivo/amadoras. (Eu amo a Francesca, mas não aguento aquela voz de carneirinho nos acústicos improvisados dela).

Mas o mais legal de tudo, é que eu acompanho a carreira desde o início, e essa música é uma das minhas favoritas. Chega de falar, porque hoje é um daqueles dias em que o cansaço é tanto que parece que passei o dia caminhando em um deserto africano. Quero Behtany Dillon e o melhor lugar do mundo: minha cama.


Música da Semana: Everyone to Know (Bethany Dillon)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Você se muda para a beira do fim do mundo, onde não tem GVT, nem NET, nem qualquer outra operadora telefônica, senão a linda da Oi, que lhe oferece míseros 2M de internet, se você tiver a sorte de conseguir isso tudo. A demora para instalação que é de praxe. A instalação pela metade no primeiro dia que também é habitual. O telefone funciona, a internet, não. 

O dono da casa começa a receber ligações de call centers, todas dizendo que seria necessário completar a instalação da internet, e que para isso seria necessária a instalação do provedor. Para instalar o provedor, precisam dos seus dados. Foi bem nessa hora que eu, a responsável pela linha, cheguei em casa, quando meu pai estava ao telefone com uma dessas ligações bem suspeitas.

A moça pedia os meus dados, como nome, CPF, agência e conta bancária... De onde a moça fala? Do serviço de internet, ela responde. Sim, mas de que empresa? Eu me irrito só de lembrar da hesitação da funcionária adestrada a aplicar golpes em consumidores pouco informados em dizer para qual empresa estava trabalhando. (Algumas pessoas dizem que a pessoa está só fazendo o seu trabalho e blablablá, mas o mercado de trabalho é grande. Ninguém precisa trabalhar naquilo que é contra sua ética, é uma questão de princípios. Pena que nem todos têm princípios.) 

A moça insistia que eu precisava fornecer os dados da minha conta bancária ou do meu cartão de crédito, pois de outra forma a minha internet não funcionaria. Respondi que a empresa não precisava de dado nenhum, porque eu pagaria a fatura assim que ela chegasse em minha residência. A moça se irritou e engrossou comigo. Eu engrossei com ela e exigi que ela me dissesse em nome de que empresa ela trabalhava. A resposta: Terra Networks Brasil.

Desliguei o telefone, não sem antes dizer que não gostaria de receber outras ligações daquela empresa e que não precisava de provedor nenhum, obrigada, explicando para os residentes da casa que era um golpe e que a moça queria vender um serviço desnecessário por conta da ignorância dos outros. Me disseram que já tinham passado os dados bancários da minha mãe para a Uol. Não pensei duas vezes e liguei para a Uol dizendo que assinaram um provedor em meu nome (ninguém precisa saber que ela é ela e eu sou eu se eles estão errados e minha mãe não pode ligar em horário comercial, né?) e que eu queria cancelar. Cancelado. Fim. Né?

Sim, se a Uol e a Terra não começassem a lançar débito automático na conta da minha mãe. Dez reais, trinta e cinco reais, cinquenta reais. Bloqueio no banco. Continua debitando. Na audiência de conciliação, a Terra disse que o problema é da minha mãe que não leu as letras pequenininhas. E a coitada nem estava em casa. A pergunta que fica: como será que Uol e Terra ficaram sabendo que meu telefone tinha acabado de ser instalado e minha internet não estava funcionando? Pois é...

O golpe do provedor

domingo, 1 de julho de 2012

Alguém pode explicar como é que já passou a metade do ano, se 2011 foi ontem? Fechamento de mês é hora de fazer planos, verificar o orçamento e avaliar o que passou.

Em junho vários posts que eram pra ter entrado ficaram na fila. Mesmo com a greve dos professores, ainda tive aula, e fim de semestre para algumas matérias importantes. (Além de trabalhar pra caramba,  pra variar). Um desses trabalhos deve virar post aqui ou no Verbete Legal ;) Nesse mês também tive uma longa (e maravilhosa, e necessária) pausa para o Dia dos Namorados e o evento do ano: meu aniversário e aniversário do blog :D

Eu nem percebi, mas os dois posts que eu consegui postar esse mês foram resenhas de livros. Persuasion (Jane Austen), cujo título em português é Persuasão, um clássico inglês. A resenha não é positiva, não... achei o livro mais fraquinho de Austen :/ Wildflowers (Robin Jones Gunn) não tem versão em português. É o último livro da Série Glenbrooke ♥

O Felipe escreveu um texto que eu queria ter escrito, falando tudo de mais lindo sobre os livros. Se você ainda não leu, chore de emoção: Livro Perfeito #3: Sobre Livros Perfeitos (Fechei com Ele);
Já a Cíntia escreveu a melhor resenha do mundo de Por isso a gente acabou (Daniel Handler). Acho que até quem amou o livro gostou da resenha negativa que ela fez;
Haralan (também conhecido nas bandas de cá como amor, querido e meu bem) só postou uma vez nesse mês sobre uma coisa que eu (e a torcida do Boca Juniors) precisava ler: Estou em construção...
Por fim, a Vanessa fala, no Blog da Companhia, sobre posições para se ler na cama: O Kama Sutra das letras.

Em julho, tem muita coisa programada. Amanhã entra um post sobre um golpe aplicado por empresas que oferecem provedores pagos, se passando pela empresa de telefonia contratada, dizendo que seria necessário pagar por um provedor para acessar a internet. Essa história já rendeu até processo aqui em casa. Além desse post, estão na fila:

Resenha de Grande Sertão: Veredas (João Guimarães Rosa) que deve entrar assim que eu conseguir terminar de passar as citações no Tumblr;
Um texto sobre as eleições e o dia em que eu fui ministra do STF;
Uma conversa de apaixonada sobre namoro à distância;
Resenha de Finally and Forever (Robin Jones Gunn), o MELHOR livro da Série Katie.

Esse mês vem cheio de boas notícias: visitas queridas, dinheiro chegando, amor crescendo, planos dando certo. A GVT chegou por essas bandas e eu aproveitei pra, além da internet decente (eu tenho só 1M atualmente, é o que chega), assinar também a TV. Essas instalações são sempre tensas por aqui (Murphy habita neste lar), então vamos acompanhar. Tem também uma mineira que vem descobrir o que é frio em Curitiba, então deve rolar uma programação turística aqui no Com tudo o que sou.

Vem, gente! :D

Entra mês, sai mês... (Julho)